quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Um Quintana pro meu Pai (+ 1937 * 2010)

Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.

Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!"
(Mario Quintana)



Nota 1.
 Inscrição para um portão de Cemitério, Poesia completa (2005),.
Nota 2. Usei esse poema para homenagear meu pai no dia do seu falecimento,
em 30/09/ 2010. 
A imagem é um retrato (óleo sobre tela) do meu pai.

Dia de Saramago: 16 de Novembro.

Química

Sublimemos, amor. Assim as flores
No jardim não morreram se o perfume
No cristal da essência se defende.
Passemos nós as provas, os ardores:
Não caldeiam instintos sem o lume
Nem o secreto aroma que rescende.



Nota1:  José Saramago, in "Os Poemas Possíveis" (1966)
Nota2: Pelo aniversário do escritor em 16 de novembro de 1922.